Catarina Máxima de Figueiredo de Abreu, escritora de Vila Real
Nasceu em Guiães, em 22 de Abril de 1829, sendo descendente dos Figueiredos senhores da Casa do Caminho de Baixo. A sua vida repartiu se, sobretudo, entre Guiães e Vila Real, tendo recebido a instrução tradicional da época. Com talento inegável, e por esforço de autodidatismo, superou esses condicional ismos acabando por ocupar a um lugar de certo destaque entre escritoras da sua época. Por sentimento próprio, e pelo gosto em voga na altura, o seu estilo acusa uma influência marcadamente ultrarromântica, denunciado pelos títulos das suas obras que se estenderam à poesia e prosa.
Entre outros, publicou os seguintes livros: Extracto de um Álbum, Fragmento de Prosa e Verso, Viuvez e Saudade e última Instância. Colaborou também em jornais e revistas, como seja o Almanach de Lembranças, dirigido por António Xavier Rodrigues Cordeiro também ele militando nas hostes ultra românticas, e que vem a escrever o prefácio da “Última Instância”, seu último livro. Refere se ainda um folhetim publicado em 1885, no Diário de Notícias, sob o título “A tradição de Família Leitura para o Serão de Minhas Filhas”, centrado numa história de família envolvendo a figura, eventualmente familiar, de Frei Manuel do Cenáculo, que aliás foi padrinho de seu pai, José Maria Figueiredo de Abreu Castello Branco. No cemitério de Guiães, estão afixadas diversas lápides com versos da sua autoria. Pinho Leal, na notícia relativa a Vila Real, inserta no “Portugal Antigo e Moderno”, faz referência a D. Catarina Máxima. Terminando a mesma com a transcrição do poema de sua autoria Um Salvé a Villa Real,publicado no Diário Ilustrado.