Justiça para o crime hediondo praticado em Nogueira
“Carta de diligência crime afim se ser pregada a cabeça e mãos do réu Manuel António, também conhecido pelo nome Luís António e também conhecido pelo nome de Manuel Rainha, solteiro, trabalhador, natural de Ourense, reino da Galiza, e residente na Freguesia de Nogueira…
D. João por Graça de Deus Príncipe Regente de Portugal e dos Algarves etc.. A vós Juiz de Fora de Vila Real faço saber em como por esse vosso Juízo no primeiro de Julho do ano de mil oitocentos e doze, se procedeu a devassa pelas mortes e roubo feitos nas pessoas do Padre Tomás José Alves Rua e sua irmã Isabel Joana e sua filha Rosa, do lugar de Nogueira, termo dessa Vila, na qual ficou pronunciado além de outros, o réu Manuel António, e por outro nome Luís António, também conhecido pelo nome de Manuel Rainha, solteiro e trabalhador, natural da cidade de Ourense, Reino da Galiza, e assistente que foi na Freguesia de Nogueira… por esse motivo foi preso e remetido às cadeias desta minha Corte Relação e Casa da Cidade do Porto, e as ditas culpas a este Juízo da Correição Crime dela, e formalizando-se-lhe o processo se fez Sumário por Acórdão desta Relação e mandando dizer ao dito réu de facto e de Direito e afinal por Sentença do Senado desta mesma Relação de dezanove de Julho corrente, foi condenado a que fosse levado da cadeia aonde se achava, com baraço e pregão (ao peito), pelas ruas públicas desta cidade até o lugar da Forca e que nela morresse de morte natural para sempre e depois que lhe fosse separada a cabeça e cortadas as mãos e cravadas em poste alto e levantado defronte da casa aonde se cometerão as ditas mortes (Nogueira), onde será conservado até o tempo as consuma… Vila Real vinte e cinco de Julho de 1814”
Transcrição Joaquim Barreira Gonçalves